segunda-feira, 17 de março de 2008

Saudações aos boêmios

Amigos paumeirenses,


Eu hoje, inspirado pela vitória honrosa do meu amado time sobre nosso rival paulista - o São Paulo (diga-se de passagem: por 4 x 1) -, venho escrever cheio de vontade sobre a música carioca dos anos 50, 60 e 70. Já esclarecendo aos críticos: este Blog pode até ser dedicado aos vanguardistas da música brasuca, mas mesmo assim não podemos esquecer dos nossos grandes gênios inspiradores. Que tanto fizeram para a consolidação da cultura musical brasileira - tão valorizada nos dias de hoje e sempre, no exterior.

Campositores atuais como Paulinho Moska, dentre outros, que também são cariocas de sangue, não escondem seu facínio pela qualidade e pela singularidade da Bossa Nova - reescrevendo a fase, e mesmo interpretantos suas eternas canções. Esse híbrido do jazz com samba, que ficou eternizado na voz de Nana Caymmi, de João Gilberto, Tom Jobim, Luís Bonfá, dentre muitos outros. Reconstruindo a linguagem, tão brasileira de ser, que o samba de Noel Rosa e Cartola instituíram. A inconformidade desses boêmios cariocas com relação aos padrões da música brasileira, embreagados pela influência do cultismo do pós-guerra, trouxe ao movimento muita solidez musical e muita grandiozidade poética. Esses caras acabaram por criar uma linguagem que até hoje é muito respeitada, e inclusive tratada como gênero genuíno da musicalidade brasileira.

Os temas, variados da Bossa Nova, em sua maioria eram extremamente polêmicos: muito embora, as canções mais conhecidas falassem da vida cheia de esbórnea dos cariocas de 50 e 60. Os novos pilares que eles levantavam ali, para consolidar a nova fase que se iniciava na composição e produção musical brasileira, eram construídos com alicérses fortíssemos instituídos sobre a pedra do arpoador e com ganchos muito bem solidificados no corcovado. Sem falar é claro do Redentor. Mas o que foi mais interessante na bossa nova, foi a diversificação que ela proporcionou, para que a música brasileira comtemporânea pudesse chegar ao que é. Afinal, na arte sempre que se estende um período de estagnação, resurgem movimentos interessantíssimos. Digamos aqui, e já com o perdão dos meus irmãos críticos da literatura, que a bossa nova foi o modernismo da música brasileira. Em todas as suas fases complexas e bem definidas.

De todos os nomes, o que mais me chama a atenção é o do interprete João Gilberto: que é a cara da Bossa Nova. Com sua voz tímida e uma execução instrumental que não é assim tão 'a la Dilhermando', ele imortalizou canções da época que ficaram gravadas em nosso repertório até hoje.

Pra quem quer saber mais, ouçam Nana Caymmi, Jobim, João Gilberto, e vocês poder dizer com a própria língua o quão saborosa é essa trajetória da nossa saudosa música.

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