quarta-feira, 24 de setembro de 2008

segunda-feira, 17 de março de 2008

Saudações aos boêmios

Amigos paumeirenses,


Eu hoje, inspirado pela vitória honrosa do meu amado time sobre nosso rival paulista - o São Paulo (diga-se de passagem: por 4 x 1) -, venho escrever cheio de vontade sobre a música carioca dos anos 50, 60 e 70. Já esclarecendo aos críticos: este Blog pode até ser dedicado aos vanguardistas da música brasuca, mas mesmo assim não podemos esquecer dos nossos grandes gênios inspiradores. Que tanto fizeram para a consolidação da cultura musical brasileira - tão valorizada nos dias de hoje e sempre, no exterior.

Campositores atuais como Paulinho Moska, dentre outros, que também são cariocas de sangue, não escondem seu facínio pela qualidade e pela singularidade da Bossa Nova - reescrevendo a fase, e mesmo interpretantos suas eternas canções. Esse híbrido do jazz com samba, que ficou eternizado na voz de Nana Caymmi, de João Gilberto, Tom Jobim, Luís Bonfá, dentre muitos outros. Reconstruindo a linguagem, tão brasileira de ser, que o samba de Noel Rosa e Cartola instituíram. A inconformidade desses boêmios cariocas com relação aos padrões da música brasileira, embreagados pela influência do cultismo do pós-guerra, trouxe ao movimento muita solidez musical e muita grandiozidade poética. Esses caras acabaram por criar uma linguagem que até hoje é muito respeitada, e inclusive tratada como gênero genuíno da musicalidade brasileira.

Os temas, variados da Bossa Nova, em sua maioria eram extremamente polêmicos: muito embora, as canções mais conhecidas falassem da vida cheia de esbórnea dos cariocas de 50 e 60. Os novos pilares que eles levantavam ali, para consolidar a nova fase que se iniciava na composição e produção musical brasileira, eram construídos com alicérses fortíssemos instituídos sobre a pedra do arpoador e com ganchos muito bem solidificados no corcovado. Sem falar é claro do Redentor. Mas o que foi mais interessante na bossa nova, foi a diversificação que ela proporcionou, para que a música brasileira comtemporânea pudesse chegar ao que é. Afinal, na arte sempre que se estende um período de estagnação, resurgem movimentos interessantíssimos. Digamos aqui, e já com o perdão dos meus irmãos críticos da literatura, que a bossa nova foi o modernismo da música brasileira. Em todas as suas fases complexas e bem definidas.

De todos os nomes, o que mais me chama a atenção é o do interprete João Gilberto: que é a cara da Bossa Nova. Com sua voz tímida e uma execução instrumental que não é assim tão 'a la Dilhermando', ele imortalizou canções da época que ficaram gravadas em nosso repertório até hoje.

Pra quem quer saber mais, ouçam Nana Caymmi, Jobim, João Gilberto, e vocês poder dizer com a própria língua o quão saborosa é essa trajetória da nossa saudosa música.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Zeca Baleiro - O poeta do sertão

Um dos mais importantes expoentes da música brasileira na atualidade. Produtor, compositor e intérprete, se destaca no cenário latino como uma das maiores revelações. Nascido no Maranhão, de origem muito humilde, Zeca se destacou entre os festivais e músicos nordestinos por sua voz característica e estilo muito mesclado e original.

Sua obra tem um sabor irreverente, e passeia por universos muito distintos. Sua trajetória viaja entre os discos: Por Onde Andará Stephen Fry (A cara de Zeca Baleiro! - as cantigas e temas nordestinos, incluindo a gravação de um canto Folclórico pertencente à Cultura do Candomblé: "Mamãe Oxum") , Vô Imbola (Início de carreia, produção muito importante para o Campositor, que conta com grandes sucessos de sua carreira, como a música gravada por muitos outros interpretes brasileiros: Lenha), Líricas (que por sinal é um disco de uma interpretação e representatividade poética e musical impressionante), Pet Shop Mundo Cão (disco exótico que mixa efeitos da musicalidade digital com o sotaque e o estilo nordestino de Zeca - produção muito alternativa do ponto de vista estético, porém com canções lindas e muito bem produzidas), Baladas do Asfalto e Outros Blues (Disco que faz uma grande alusão a cultura urbana, e combina temas líricos e sons mais exóticos com letras geniais - o que já é característico do artista - e entusiasmantes observações sobre o processo de pensamento do ser humano nas selvas de pedra). Sua discografia termina com dois albums recentes, como o disco Lado Z que conta com participações de diferentes artistas da cena nacional, como Fagner, Martinho da Vila, Jards Macalé, Rolando Boldrin, Forróçacana e Lobão. E também o projeto Baladas do Asfalto e Outros Blues Ao Vivo.

Sua característica musical é marcada pela ausência de preconceitos e barreiras estilísticas, e ilustrada por sua irreverência poética e artística. Zeca é um autor de uma profundidade muitas vezes imperceptível aos olhos menos críticos. E pode ser considerado um bom cardápio para aqueles que buscam as boas novas da música brasileira.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A produção musical brasileira dos dias de hoje

O que sempre se viu na música brasileira foi: originalidade e muita qualidade. Todos os movimentos musicais que existiram no país, possui representantes que chamam muito a atenção dos críticos de arte do mundo inteiro. Sem excessão de gênero, desde o samba carioca ao "mangue-beach" - ou seria Mangue Beach - do calor do Nordeste. O Brasil é rico na sua cultura, e isso se transpõe na música popular de forma muito interessante e expressiva.

Muitas pessoas que viveram no anos 60 e 70, que viram grandes nomes como: Tom Jobim, Vinícius de Morais, Elis Regina, Dilhermando Reis, Gal Costa, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, dentre muitos outros; se perguntam hoje: por onde anda a MPB? A música popular brasileira. Onde ela se meteu? E de fato, com toda evolução sobre os meios de consumo da mídia nacional e internacional, a música e a produção artística de uma maneira geral, se tornaram objeto de consumo da sociedade capitalista/materialista ocidental. Que deixou de saborear as expressões artítiscas e sociais pelo fato de, simplesmente, encantar-se com suas perfeições artísticas. Ou seja, pelos dias hoje a música vira MODA. Tem que virar moda. Muitas vezes se deixa tão de lado o critério artístico do termo, que se ignora até mesmo o talento dos astros. Daí o surgimento de nomes como Latino, Kelly Kee, dentre muitos outros esdrúxulos exemplos dessa inversão de valores.

Pois bem, onde está então a produção musical contemporânea, que é capaz de se equiparar com os grandes mitos que nossa música criou? Cadê a música de qualidade? Em homenagem a todos aqueles que são amantes da boa música, da poesia e da beleza das expressões artísticas populares, criei esse singelo Blog. Com o principal intuito de discutir sobre as novas tendências, novos nomes e novos conceitos da música contemporânea nacional. Principalmente em seu aspecto de manifestação popular.

Esse primeiro texto fica como cumprimento a todos os colegas leitores, e servirá também aqui como porta de entrada de meus comentários seqüêntes.


Diogo Gomes